História
NOSSO
PATRONO
Luiz Gonzaga Pinto da Gama, nosso patrono, nasceu em Salvador (BA) , no dia 21 de
junho de 1830.
Era mestiço filho de uma negra Africana
livre, de nome Luiza Mahin, presa várias vezes por suspeita de envolvimento em
planos de insurreições de escravos. Seu desaparecimento em 1837 pôs fim ao
relacionamento entre mãe e filho , embora este a tivesse procurado
incessantemente ao longos dos anos , em vão. Seu pai um rico e fidalgo de origem portuguesa devido a vários
vícios , entre os quais jogos de azar, veio a falir, caindo em pobreza
absoluta, lançou mão então da liberdade do próprio filho, vendendo-o como escravo. Seu infortúnio
estava escrito; nasce livre, vive escravo, isto em 10 de novembro 1840, aos dez anos de idade.
Foi enviado para o Rio de Janeiro, em uma
embarcação mercante de nome “Saraiva” , indo para a casa de um Português de
nome Vieira, dono de uma loja de velas, na rua Candelária, esquina com a rua do
Sabão.
Foi enviado para a Província de São Paulo
e revendido ao Alferes Antonio Pereira Cardoso no meio de um lote de mais de
cem escravos. Suas copiosas lagrimas ao ser entregue a este alferes fez com que
mais tarde viesse a declarar seus sentimentos com a seguinte estrofe:
“Oh! Eu tenho
lances doridos em minha vida, que
valem mais que as lendas sentidas da vida amargurada dos mártires.”
A viagem de Santos até Campinas foi feita a pé, apesar
de seus dez anos de idade. A que se
registrar ainda a forma como era refutada a sua compra, tão somente pela
circunstância de ser “baiano”. Conta Luiz Gama sobre seu ultimo recusante,
Francisco Egídio de Souza Aranha, que depois de tê-lo escolhido, afagando-o
disse:
-
Hás de ser um bom pajem, para meus meninos; dize-me
onde nascestes?
-
Na Bahia, respondi
- Baiano? –
exclamou admirado o excelente velho. – Nem de graça o quero. Já não foi por bom
que o venderam tão pequeno.
Em 1847, aos dezessete anos , faz amizade com o jovem
Antonio Rodrigues do Prado Jr , que se hospedara na casa em que morava , e este
amigo te ensina as primeiras letras.
O valoroso ex-escravo que se tornara destacado homem público tinha,
porém, a seu favor a imprensa independente, a simpatia da juventude liberal, o
respeito dos políticos progressistas e o poder da maçonaria, onde ocupava cargo
de relevo. A isso se somava a firme admiração do povo paulistano e mesmo
carioca, que considerava Luiz Gama como uma espécie de incansável titã
libertário contra os desmandos dos poderosos do Segundo Império. Ao morrer, em 24 de agosto de 1882,
registra a crônica jornalística de época que seu funeral foi o mais concorrido
e jamais visto igual, na cidade de São Paulo.
Nos meses que se seguiram, foram
incontáveis as homenagens póstumas prestadas a sua memória por todo o país.